quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Da Graça




Aparece gentil e tão honesta
Minha senhora quando nos saúda,
Que cada voz, tremendo, fica muda
E os olhos não ousam mesmo olhar.
 Vestida de humildade, lá vai ela,
Benignamente ouvindo-se louvar;
E dir-se-ia coisa de espantar
Vindo do céu à terra, num milagre.

Tão agradável surge a quem a vê
Que pelos olhos dá ao coração
Dulçor para entender, de conhecer.
Dos seus lábios parece que desliza
Um sopro de amorosa suavidade
Que vai dizendo à alma, tu, suspira!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A. W. B.



Sois vós senhora que por minha mão escreve
Aninhada no meu ombro e pela calada,
Me em doce e suave ternura mata,
Em ausência de fulgor e tempo breve.

Sois bem mais do que pede a vida,
Alegria que Deus aos Deuses não concede,
Ó!! Beleza e calor que afugenta a sede,
Gentil nobreza que não me é devida.

Da dor e da alegria vou morrendo,
A dor desperta, pois a alegria o sente,
Da alegria, nasce a dor que não mente,
Da alegria e da dor vou vivendo.